sábado, 22 de março de 2008

"Antes de partir" (The Bucket list)

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Primeiramente, gostaria de ressaltar que sou fã incondicional do Jack Nicholson. Não sou um crítico de cinema propriamente dito, mas algo lá no fundo daquele olhar hora maníaco hora fraternal me faz acha-lo um ator de talento nato; e que não me venham os verdadeiros críticos me dizer o contrário!

Dito isto, passo a falar do conteúdo do filme.

Não há nada mais comum que ver pessoas arrogantes serem totalmente quebradas e terem seus mundos lançados por terra ao saber de uma doença. Isso é ponto pacífico, não é a minha questão. Também não há nada de tão diferente em querer "realizar" sonhos da juventude quando se sabe que vai morrer (pelo menos no meu imaginário, já que nunca recebi uma notícia como essa, graças a Deus). Não... Ainda não é isso o que mais me fascina. O que me chama a atenção nesse filme é a forma tão individual e única como cada um encara a morte. E não precisa saber de uma doença terminal para se refletir sobre isso.

Há dois aspectos no enredo. O primeiro é: como aproveitar a vida sabendo que "a fila está andando mais rápido" (eufemismos nessas horas tornam o texto mais leve...)? O que fazer? À uns, sobrevêm o conformismo; à outros, o desejo incontrolável de fazer tudo o que ficou pelo caminho (o caso do filme). O segundo é: E depois da morte? Há vida? Não há mais nada? Esse é o ponto que me faz saltar os olhos.

O maior medo de quem tem medo da morte não é a morte de fato. Por mais que uns afirmem isso, eu tenho uma convicção. O maior medo que as pessoas têm é o do incerto. A morte não é passível de gerar medo, porém é passível de gerar incertezas. Essas sim, geram o medo nas pessoas; medo do incerto, do desconhecido.

Voltando ao filme, lembro-me de uma discussão entre Edward e Carter (ou Ray, como prefere Edward). Para um, esse papo de Deus é muito vago... "Nós nascemos, morremos e a vida continua”; ao passo que para o outro se faz necessária uma explicação para a gênese. Um se conforma com o que vê; o outro busca o invisível; um acredita na moral e nos seus princípios, o outro acredita na sua fortuna...

E numa incômoda catarse, me pergunto:

Sou altruísta e esperançoso como Ray ou cético como Edward?

Edward fez sua análise, e descobriu que precisava da alegria de Ray; Ray fez o mesmo, e descobriu que precisava achar a sua identidade como Edward o fez.

E eu, me identifico com os acertos ou com as mazelas perdidas de Ray e Edward?

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