quinta-feira, 27 de março de 2008

A quarta estrofe remete à primeira



"O sangue no rosto, os cravos nas mãos, a coroa, a sede, o ódio dos homens, a distância do Pai, a dor, a cruz, a morte..."

Seria isso tudo necessário? Porque tanto? Eu merecia? Uma simples morte não era suficiente? Qual é o motivo do sofrimento?

Paro pra pensar... Será que isso tudo foi por acaso? Os meus pecados não poderiam ser pagos com uma morte menos dolorosa? Em meio a tantos questionamentos olho pra dentro e contemplo a resposta... O meu pecado gerou a sua dor. A minha falta de arrependimento, o seu sofrimento. O seu amor gerou o sacrifício...

"O sangue no rosto, os cravos nas mãos,a coroa, a sede, o ódio dos homens, a distância do Pai, a dor, a cruz, a morte... a VIDA!"

Qual é o preço da minha vida? Eu nunca vou saber. Só sei que para que eu a tivesse foi preciso que houvesse morte... E morte de cruz.

terça-feira, 25 de março de 2008

Muito boa...

"Só Miles Davis expulsa o pagode das pessoas!"

Salve Miles!

segunda-feira, 24 de março de 2008

O coelho e o moribundo

Nesse fim de semana que se passou, comemoramos(?) a Páscoa. Ai eu fiquei me perguntando: Nessa onda de coelho e ovo de chocolate o que os cristãos fizeram? É corriqueiro ver os crentes lutando contra o velhinho, já moribundo de tanto apanhar, no natal. Tudo bem... O "sentido" do natal não é "papai noel" - se é que 25 de dezembro tem algum sentido bíblico e cristão de fato - e por isso luta-se contra as fantasias comerciais, capitalistas selvagens e afins. Mas e a Páscoa?

Se essas comemorações têm algum sentido (ao meu ver a Páscoa até tem), por que se se fala tanto no Natal e não se dá o devido valor ao memorial da morte e ressurreição de Jesus? Afinal, o que nos trouxe a redenção foi o nascimento ou a morte de Cristo?

São essas pequenas, porém inditosas, inversões de valores que demonstram o descaso com algo que não deviamos de forma alguma ignorar...

sábado, 22 de março de 2008

"Antes de partir" (The Bucket list)

Photobucket



Primeiramente, gostaria de ressaltar que sou fã incondicional do Jack Nicholson. Não sou um crítico de cinema propriamente dito, mas algo lá no fundo daquele olhar hora maníaco hora fraternal me faz acha-lo um ator de talento nato; e que não me venham os verdadeiros críticos me dizer o contrário!

Dito isto, passo a falar do conteúdo do filme.

Não há nada mais comum que ver pessoas arrogantes serem totalmente quebradas e terem seus mundos lançados por terra ao saber de uma doença. Isso é ponto pacífico, não é a minha questão. Também não há nada de tão diferente em querer "realizar" sonhos da juventude quando se sabe que vai morrer (pelo menos no meu imaginário, já que nunca recebi uma notícia como essa, graças a Deus). Não... Ainda não é isso o que mais me fascina. O que me chama a atenção nesse filme é a forma tão individual e única como cada um encara a morte. E não precisa saber de uma doença terminal para se refletir sobre isso.

Há dois aspectos no enredo. O primeiro é: como aproveitar a vida sabendo que "a fila está andando mais rápido" (eufemismos nessas horas tornam o texto mais leve...)? O que fazer? À uns, sobrevêm o conformismo; à outros, o desejo incontrolável de fazer tudo o que ficou pelo caminho (o caso do filme). O segundo é: E depois da morte? Há vida? Não há mais nada? Esse é o ponto que me faz saltar os olhos.

O maior medo de quem tem medo da morte não é a morte de fato. Por mais que uns afirmem isso, eu tenho uma convicção. O maior medo que as pessoas têm é o do incerto. A morte não é passível de gerar medo, porém é passível de gerar incertezas. Essas sim, geram o medo nas pessoas; medo do incerto, do desconhecido.

Voltando ao filme, lembro-me de uma discussão entre Edward e Carter (ou Ray, como prefere Edward). Para um, esse papo de Deus é muito vago... "Nós nascemos, morremos e a vida continua”; ao passo que para o outro se faz necessária uma explicação para a gênese. Um se conforma com o que vê; o outro busca o invisível; um acredita na moral e nos seus princípios, o outro acredita na sua fortuna...

E numa incômoda catarse, me pergunto:

Sou altruísta e esperançoso como Ray ou cético como Edward?

Edward fez sua análise, e descobriu que precisava da alegria de Ray; Ray fez o mesmo, e descobriu que precisava achar a sua identidade como Edward o fez.

E eu, me identifico com os acertos ou com as mazelas perdidas de Ray e Edward?

sexta-feira, 21 de março de 2008

Devo, não nego...

Hoje muitos dizem o conhecer, muitos dizem o ter achado, alguns até o vendem, mas poucos realmente entenderam que a questão principal não é o achar, e sim o ser por Ele achado; não é o alcançar, mas sim o ser alcançado; não é o ter, e sim o tão impossível ato de dar. Dar sem medo, sem medo de não receber de volta. Dever - reconhecendo diante de todos que devo - e quando for cobrado, pagar. Assim eu quero viver, nessa imensurável e intrigante, para alguns fatídica, dívida de amar.

"A ninguém devais coisa alguma, senão o amor recíproco; pois quem ama ao próximo tem cumprido a lei." (Rm 13:8)

Certezas e desatinos

Penso. Logo visto... Quando me deparo com meu armário para fazer uma escolha, não costumo demorar muito.Porém, nem todas as escolhas são assim. Nem tudo é tão fácil; nem tudo é tão certo. Certeza... Essa é uma palavra um tanto quanto escassa no vocabulário de uns e tão usada no de outros. Eu mesmo não tenho muitas, mas uma certeza eu tenho: "NADA poderá me separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus." E essa... Essa é a única certeza que me basta.

Mãos calejadas

Dia chuvoso. Quatro horas da manhã. Os ossos doem. E ele acorda, e levanta, e caminha, e ele faz o seu serviço. E ele leva a bóia fria para o campo. Homem de dores, que sua de verdade e tem as mãos calejadas para manter o pão de cada dia.

Cada um tem um propósito. Cada um tem uma vida. Cada um chora o seu pranto. Mas e o sangue derramado, quem chorará? (Se nem pelo leite choram mais, quanto mais pelo sangue alheio). Com as vidas que se vão, quem vai se importar? E o trabalho que o Carpinteiro nos deixou, quem fará? Será que existe poeta que ame a esse ponto? Me ocorre que se não posso convencê-los, também não os devo negligenciar, porquanto meu trabalho é simplesmente dizer a verdade...


Como estão as minhas mãos? Se estão marcadas pela fineza do descaso, me perdoe. Se estão como o veludo do egoísmo, quem me salvará... Quero que as minhas mãos tenham os seus calos. Calos de amor; calos de compaixão; calos de um coração que tem os seus sentimentos e que chora pelas suas tristezas. Calos de quem realmente se importa com o importúnio gerado por aqueles que não te conhecem. Calos de quem não esconde a verdade e quer ter o seu nome marcado para sempre no coração...

Os calos não doem mais do que os cravos... Quem sou eu para rejeitá-los?