terça-feira, 20 de abril de 2010

Dá-me título...

Alguém pode sugerir um título criativo pra canção abaixo, que fiz hoje?

grato

=)

Você, que canta com paixão
E odeia o seu vizinho
Verdade ou pura invenção?
Mentira é o seu caminho

Se diz mais santo que o João
Faz farra com o Zezinho
Amigo, para com a canção
Se enxergue no silêncio...

E vê que a queda é maior
Se você fingir ser alguém
Que não é


Tudo o que faz é reclamar
Da vida e do destino
Não vê que Deus já deu o ar
Puxá-lo não é castigo

Eu sei, seu mal é esquecer
Do belo dom divino
Aprende, não é por merecer
Ou por ser mais alto o grito

Vê, o estrago é menor
Se você deixar o amor
Te encher

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O coelho e o moribundo (repostagem)

Nesse fim de semana que virá, comemoraremos(?) a Páscoa. Ai eu fico me perguntando: Nessa onda de coelho e ovo de chocolate o que os cristãos fizeram? É corriqueiro ver os crentes lutando contra o velhinho, já moribundo de tanto apanhar, no natal. Tudo bem... O "sentido" do natal não é "papai noel" - se é que 25 de dezembro tem algum sentido bíblico e cristão de fato - e por isso luta-se contra as fantasias comerciais, capitalistas selvagens e afins. Mas e a Páscoa?

Se essas comemorações têm algum sentido (ao meu ver a Páscoa até tem), por que se se fala tanto no Natal e não se dá o devido valor ao memorial da morte e ressurreição de Jesus? Afinal, o que nos trouxe a redenção foi o nascimento ou a morte de Cristo?

São essas pequenas, porém inditosas, inversões de valores que demonstram o descaso com algo que não deviamos de forma alguma ignorar...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Só um PS...

Nesse blog, como eu já disse, não há ofensas públicas. Portanto, qualquer citação ou referência a qualquer pessoa pode ser feita por mim, e por qualquer blogueiro, livremente.

Não tenho obrigação de pedir autorização a quem quer que seja para citar nome aqui no blog, desde que minha citação não represente injúria, calúnia ou difamação, crimes previstos no Código Penal brasileiro, o que não é o caso.

Agora sim, SEM MAIS...

Diego

Voto consciente

Posso começar dizendo que vocês, os poucos leitores desse blog - de uma forma ou de outra, seja pelo convívio diário ou pela peculiar relação virtual - me conhecem. Se não me conhecem intimamente, ao menos conhecem um pouco das minhas opiniões; sabem muito bem como as expresso e, consequentemente, sabem que, por mais incisivo que eu seja, meu discurso nunca teve e nunca terá o intuito de ofender, humilhar, agredir alguém. Seja a sua opinião diferente da minha ou não, isso nunca será motivo para ofensas. Se fizer isso, podem me cobrar, pois a partir de hoje esse texto esta aqui registrado.

Porém, ontem a tarde, depois de algumas opiniões que dei no twitter, rolou uma discussão um tanto quanto desagradável (pelo menos pra mim). Não gosto de confusão, principalmente as virtuais. O debate é sempre saudável quando se resume à troca de opiniões, à retórica. Quando a coisa pende para o lado pessoal, acho que se perde o aspecto salutar da discussão e não se pode aproveitar muita coisa do que se lê/ouve.

Por esse motivo, me proponho a tentar esclarecer algumas coisas que não podem ser esclarecidas nos 140 caracteres que o twitter dá.

Fiz alguns comentários à respeito de um perfil no twitter que passou a me seguir, o @VoteNulo2010. Os comentários (que você pode ver no meu perfil, vou poupá-los da transcrição) iam contra o tal perfil, que falava em "Revolução silenciosa" e "Reforma Política" através do voto nulo.

Eis, então, o que penso à respeito:

O voto nulo é, obviamente, uma das opções para aqueles que não acreditam em nenhuma das propostas dos candidatos. Ok.

O que falei contra, e continuarei falando, não é em relação ao voto nulo em si, que é uma opção do eleitor, insatisfeito com as propostas apresentadas. Sabemos (não precisa de conhecimentos metafísicos pra saber disso) que as diferentes propostas e visões políticas dos partidos são uma maquiagem para um objetivo comum, que gira em torno de poder e dinheiro, sempre, e outras coisas mais.

Meus comentários, então, não são contra o eleitor que vota nulo com consciência do que representa o voto nulo, ou "não-voto". Minha inquietação diz respeito apenas à "candidatização" do voto nulo, que passa a ter promessa de mudança e tudo! "Vote nulo por uma reforma política!" ou "Vote nulo para uma revolução silenciosa!". Isso, na minha opinião é ilusão, balela; exatamente na mesma medida de quem acredita na promessa dos políticos. Se você vota nulo, vote nulo pela sua consciência, vote nulo por descreditar nos candidatos. Mas não venha me dizer que se todos votarmos nulo teremos a solução dos problemas (vejam bem, foi isso que vi no perfil do @VoteNulo2010, não em outro!).

Até porque, como muitos acham, o voto nulo em massa não anula eleição. A "nulidade" a que a legislação se refere nesse caso tem um sentido específico, qual seja o sentido de "fraude", "maracutaia". Ou seja, se houver uma porcentagem determinada (não me lembro exatamente qual) de votos "nulos" (em sentido estrito, já exposto) haverá novas eleições. Por isso não acredito em "Revolução dos votos nulos", visto que não há nada além de expectativas e especulações como base para tal revolução.

Uma questão que ficou mal explicada também foi a do voto obrigatório. Ao dizer "vote livre" eu não disse que concordava com o voto obrigatório e com a visão simplista de cidadania. Cidadania é muito mais do que o "poder votar", como o conceito jurídico sugere. Cidadania, pra mim, é o poder do indivíduo de criticar a sociedade em que vive e, com base na sua crítica, escolher um candidato ou não.

Quando disse que tinha nojo das "revoluções de sofá", não disse que tinha nojo de quem vota nulo. Pelo amor de Deus! Também não disse que eu era um revolucionário e que iria mudar o país. Só acho irritante as pessoas chamarem de revolução uma proposta vazia.

Quem vota nulo tem que ser respeitado, sim. Talvez até mais respeitado do que quem vota em candidatos, mas desde que esse voto seja consciente, assim como todos os outros devem ser. Quem vota nulo por influência de um perfil no twitter pra mim é igual àquele alienado que vota no "coroné" que garante uma cesta básica.

Minha mensagem, por fim, é uma só. Pense! Vote consciente! Vote livre! Livre no sentido verdadeiro da palavra...

Aos que se sentiram de alguma forma agredidos, me perdoem. Meu papel como cristão não é ganhar discussões, apelar para insinuações levianas à respeito dos outros e nem me considerar melhor e mais inteligente, mas nunca deixei de expor meus pensamentos e, mesmo tendo muito o que aprender, não vou deixar de expor.

Sem mais,

Diego

terça-feira, 2 de março de 2010

Olhos (des)vendados

Hoje vivi uma experiência que me encheu de alegria.

Como a maioria dos leitores sabem - nem sei se posso dizer maioria no caso de um blog como o meu (rs) - eu faço parte de uma banda, interlúdio, na qual toco violão e canto composições próprias. Muitos sabem também que gravamos o primeiro EP da banda a pouco, que está por detalhes finais para sair.

Pois bem...

Hoje fui ao estúdio acompanhar os últimos detalhes da mixagem das faixas, como me é de costume fazer. Papo vai, papo vem com o dono do estúdio e técnico de mixagem do CD e as músicas iam tocando enquanto ele fazia os bounces (tipo uma 'finalização', pra quem não sabe) e um dos rapazes que trabalha no estúdio - robusto que só, cabelão de roqueiro - veio timidamente se achegando.

Sentou no sofá da sala, cruzou a perna e fixou o olhar na janela do estúdio enquanto ia ouvindo as músicas. Quando chegou em uma específica, vi que o rapaz colocou a mão nos olhos - como quem quer fechar as cortinas da 'janela da alma' - e os fechou. Era como se fizesse uma oração, como se acreditasse, ou ao menos refletisse naquilo que estava ouvindo.

Vi que o que estava sendo cantado gerou uma reflexão e depois ele mesmo comentou: "Levada bacana, hein? Vocês da banda são de que igreja?"

Respondi: "Cada um é de uma, mas acreditamos no mesmo Deus e é isso que cantamos"

Vi um homem de 1,90 de altura, grande que só ele e com pinta de metaleiro, com o olhar de quem ouve uma boa notícia depois de anos.

A conversa não se estendeu muito; ele comentou seu afastamento da igreja por mais de 30 anos (ok, o 'rapaz' não era tão novo assim...rs), "mas não de Deus".

Minha alegria é a de ter a certeza de que minha canção não é vazia, por mais errante que eu seja. Minha esperança é que ela faça morada em outros corações, outras mentes, e que estes sejam cheios do que realmente nos preenche.

Com amor, e cheio de alegria,

Diego


Olhos Vendados

Eu vejo homens cansados
Tentando encontrar
A verdadeira alegria
Que em Cristo está

Eu vejo seus punhos atados
Buscando alcançar
Alguma certeza que os faça
Em paz repousar

Mas o teu amor
Me constrange a também amar
Quem os condenou
Se o filho vem para salvar?

Eu vejo olhos vendados
Tentando enxergar
A esperança de um dia
Com Deus se encontrar

Eu vejo lábios fechados
Que querem gritar
E ouço almas gritando:
Perdão, onde achar?

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Da repartição

Amanheceu
Meu chefe ligou da repartição
Me disse: " você não compareceu
à última grande reunião

não deu nem motivo, se adoeceu
ou se na família alguém morreu"
Eu disse: perdão...

Vou me aposentar
e viver o que me resta
só pro meu lar
Da minha vida vou cuidar

Entardeceu
Levei minha velha pra passear
Corremos na praia até suar
Eu disse pra ela: você venceu

O meu coração nao se aguenta mais
A velha rotina ficou pra trás
Simbora viver...

O que Deus consentir
A alegria de estar
com Ele é maior
do que o dinheiro pode comprar

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Se Jesus fosse mineiro

...Dezoito horas. Hora do ângelus.

O dia termina colorido de um intenso vermelho, que logo desembocará na escuridão da noite. É o crepúsculo que se instala. À mesa, broa de milho quentinha, manteiga de leite lavada em água da bica, café fresco – como só os amigos têm direito, queijo-de-minas tirado da forma naquela hora e uma boa dose de fome de conversa.
A gente senta para comer. Digno é o trabalhador do seu alimento. A roupa encardida de suor e encorpada da labuta é trocada pelas vestes da noite - pijama de flanelinha macia, chinelo velho que já sabe todos os caminhos, e um clima de saudade no ar.
Come-se sem pressa. Hoje, nada mais há para se fazer. A contemplação e o deleite se instalam. É tempo de conversa e refeição. À medida que se satisfaz o corpo, a prosa satisfaz a alma. O final do dia é momento de reflexão, de preguiça vadia, de amizade. É hora de não se afobar, é momento de prazer. “Isto é o meu corpo e o meu sangue, dados por amor de vós”.

Não sei se foi assim. Mas, se Jesus fosse mineiro, teria sido nessa situação que ele haveria de despedir-se dos amigos...

Rubem Alves (por Márcio Duran)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Deus de graça e terremotos

“Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.” (Romanos 8:19)


A primeira pergunta que vem à mente da maioria das pessoas quando alguma tragédia de dimensões fatoriais acontece é: “Onde está Deus nisso tudo?” E a resposta para essa pergunta, por vezes, fica engasgada. Exemplo não muito distante foram os recentes acontecimentos no Haiti.
Questionar a bondade de Deus em situações nas quais os seres humanos se lembram de sua vulnerabilidade diante da grandeza da criação é um prato cheio pra quem busca subterfúgios capazes de justificar uma falta de fé, de esperança. Talvez essa selvagem busca por uma resposta inteligível à razão dificulte um pouco o trabalho de quem anda na contramão, reconhecendo sua pequenez diante de um Deus tão grandioso, capaz de permitir tamanha tragédia, mais capaz ainda de amar como nenhum pai antes amou...
Essa aparente contradição, no entanto, revela uma verdade que vai além da nossa noção maniqueísta de “bom” e “mau”: Deus é Soberano sobre todas as coisas e nada acontece sem que Ele esteja no controle. É como na constatação de Davi no Salmo 19:

“Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.”

Disso podemos ter uma certeza: nada acontece sem que a Soberania de Deus seja por ele exercida. Não se pode admitir um Deus que tem poder de dizer “haja luz” e que ao mesmo tempo seja incapaz de trocar uma lâmpada. Não é razoável acreditar num Deus que fez o mar e tudo o que nele há, mas que não tenha poder de dizer às ondas: “acalmem-se”. Sim, pode parecer contraditório pensar que Deus permita esse tipo de coisa, afinal, ele nos ama e nos quer bem; porém, há algo além da visão de um Deus justiceiro, que retribui os humanos pelos seus pecados e desatinos.
Graça. Essa palavra, tão banalizada pelo uso cotidiano, tão profanada pela visão pelagiana de merecimento, pela valorização do “faça você mesmo” é a chave para o conhecimento de quem Deus é e do que ele fez por nós. É essa graça que faz com que um pai receba com festa aquele filho que o desonrou. É essa graça que faz com que Cristo nos substitua em nossa morte e, quanto mais, em nossa vida. É essa graça que está ao lado dos haitianos não só agora, como em toda a história. É essa graça que fez com que ele tivesse misericórdia de um menino que ficou preso nos destroços durante oito dias e, ao sair, levantou os braços e abriu um largo sorriso para comemorar sua sobrevivência. É pela graça que o Criador chora - como nenhum de nós, negligentes que somos – a destruição desse povo.
Ao olhar para tamanha mobilização e compaixão coletiva numa ocasião dessas, fico a me perguntar: “será que Deus, assim como nós, também só lembrou do povo haitiano no mês passado?” Ou será que os seres humanos, incluídos aí ateus e cristãos, provam mais uma vez um caráter hipócrita inato? Achamos fácil ter pena de um povo destruído depois de uma tragédia, mas nunca movemos uma palha para que a situação do Haiti, reconhecidamente um país devastado pelo caos social, tivesse esperança. O jargão criado pela imprensa internacional nos últimos dias expressa bem o que quero dizer: “hope for Haiti now”. Em português, “esperança para o Haiti agora”. Realmente só nos lembramos do Haiti agora, mas o Deus de graça amou esse povo muito antes da nossa compaixão hipócrita, muito antes do terremoto.
Em desolação tamanha, fica bem conveniente aos cristãos assumirem um discurso como o de Pat Robertson, que declarou serem os terremotos um “castigo de Deus ao Haiti, por ter feito pacto com o diabo para se livrar da dominação francesa.” Tal afirmação é conveniente, pois encobre uma falha, uma omissão, que impediu que o povo haitiano conhecesse o amor de Cristo, refletido em condições de vida decentes. Nesse sentido, o comentário de Bráulia Ribeiro, evangelista brasileira, caiu como uma luva: “a maior maldição do povo haitiano não é o terremoto em si, mas sim a falta de preparo para lidar com uma tragédia desse porte.” Onde, então, estavam os cristãos, que sabiam a tempos da situação do povo haitiano e não deram o suporte necessário a eles? Gasta-se milhões em espetáculos “gospel”, em aviões particulares de pastores, em “super” templos, equipados com o que há de melhor. Líderes cristãos ostentando e vivendo como verdadeiros príncipes se afastam completamente do caráter de Jesus, que deixou como um dos principais legados um estilo de vida que tinha como essência o serviço.
Onde está Deus nisso tudo? Está reclinado em nossos ombros, esperando nossas orações pelos aflitos. Está de pé, arrumado, na porta da sala, esperando levantarmos dos nossos sofás em um rompante para fazer algo. Está lá embaixo, esperando que saiamos do alto da nossa comodidade. Está aqui, dentro de nós, esperando a nossa atitude que mostre um pouco Dele pra essa gente. Podemos ver seu amor em todo lugar, até nos terremotos...

"I see you in the storm, I see you in a kiss
I’ve been around the world and never found a love like this"

“Te vejo numa tempestade, te vejo em um beijo
Já estive pelo mundo todo e nunca achei um amor como esse”

(Delirious?)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

2010

dez são os mandamentos
dez é o número do craque
dez é a nota máxima
dez é a contagem regressiva
dez é a hora do sono das crianças
dez são os dedos das mãos [e dos pés também]
dez mais dez são vinte

"10" é o número que fica atrás da barra pelos próximos 300 e poucos dias...

Mas o meu desejo é só um: Que Deus habite nos nossos corações, trazendo esperança na eternidade todos os dias, seja em 10, 11, 12, 13, 14...