...Dezoito horas. Hora do ângelus.
O dia termina colorido de um intenso vermelho, que logo desembocará na escuridão da noite. É o crepúsculo que se instala. À mesa, broa de milho quentinha, manteiga de leite lavada em água da bica, café fresco – como só os amigos têm direito, queijo-de-minas tirado da forma naquela hora e uma boa dose de fome de conversa.
A gente senta para comer. Digno é o trabalhador do seu alimento. A roupa encardida de suor e encorpada da labuta é trocada pelas vestes da noite - pijama de flanelinha macia, chinelo velho que já sabe todos os caminhos, e um clima de saudade no ar.
Come-se sem pressa. Hoje, nada mais há para se fazer. A contemplação e o deleite se instalam. É tempo de conversa e refeição. À medida que se satisfaz o corpo, a prosa satisfaz a alma. O final do dia é momento de reflexão, de preguiça vadia, de amizade. É hora de não se afobar, é momento de prazer. “Isto é o meu corpo e o meu sangue, dados por amor de vós”.
Não sei se foi assim. Mas, se Jesus fosse mineiro, teria sido nessa situação que ele haveria de despedir-se dos amigos...
Rubem Alves (por Márcio Duran)
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
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2 perspectiva(s):
É assim...
As pequenas coisas valem mais.
Abs.
Belo post ! :D
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Obrigado! :D
Fique com DEUS! ; D
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