Hoje me coloquei a pensar sobre maturidade.
Levantei algumas questões sobre o que é ser uma pessoa madura, as qualidades que ela tem e tudo mais o que uma reflexão do tipo traz à luz. Confesso que tinha uma visão meio deturpada do que era essa virtude. Achava maduras aquelas pessoas bem preparadas, que sabiam o que queriam da vida; pessoas muito auto-confiantes. Não demorou muito para perceber que essa minha idéia era um tanto desmiolada.
As vezes eu me pego com algumas manias... Uma delas é a de classificar as coisas, mesmo não sendo uma pessoa nem um pouco sistemática. E dessa vez não foi diferente; achei uma forma - um tanto pitoresca, eu sei - de classificar as pessoas no tocante ao seu amadurecimento.
Fiquei pensando e cheguei à "brilhante" conclusão de que haviam três tipos de pessoas: Os imaturos; os que acham que são maduros e, por fim, os que de fato o são.
Para classificar os imaturos, não vejo figura melhor do que aquele adolescente chato (que um dia eu fui e, vez ou outra, ainda vejo um resquício dele dentro de mim) que não sabe perder, não sabe esperar, não sabe se comportar direito na casa dos outros, teima com tudo, se acha o dono da razão, o "rei da cocada preta" e quando ouve o primeiro sermão alheio, chora igual um boboca... Óbvio, existem muitos adolescentes muito adiantados para a idade deles, assim como existem adultos tão ou mais frescos do que o estereótipo que eu descrevi. Mas, guardadas as devidas exceções, é mais ou menos por ai.
Existem também os que "se acham". Esse é o pior tipo. O mais insuportável. As pessoas imaturas pelo menos são discaradas. Mesmo que não se trate do tal adolescente chato, quem tem uma visão um mínimo crítica percebe logo aquele cara cheio de fricotes. Mas o que se acha não. Esse aí é igual denorex; parece mas não é. É aquela pessoa que tem resposta pra tudo o que você precisa ou pergunta, mas nunca tem resposta para os próprios questionamentos. Tem opinião formada sobre tudo, mas não tem convicção de nada. Demonstra a sua auto-confiança como se fosse uma medalha, mas esquece que segurança é como intimidade; não precisa ser mostrada para existir e surtir efeito. Afora, os que se acham são, geralmente, egocêntricos...
E, por fim, existem as tão admiráveis pessoas com uma maturidade notável. Esses, reconhecem que o seu saber, como diria "vovô" Sócrates, está em reconhecer que não sabem. Reconhecer que precisam aprender. Esse sentimento traz certeza. Por mais paradoxal que pareça, esse reconhecimento traz paz, porquanto abarca uma visão mais lúcida da realidade vivida. Paz de saber que, mesmo quando somos cristãos, não deixamos de ser humanos. E erramos. Como erramos... Mas mesmo errando, não nos conformamos. Seguimos tentando acertar, mas sem a enfadonha culpa que a muitos faz desistir.
Me despeço com um texto que considero dos mais valiosos:
"Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino." (I Co 13: 11)
Aplica-se à questão da eternidade, mas também me traz uma boa reflexão no que diz respeito às minhas frescuras...
terça-feira, 13 de maio de 2008
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