segunda-feira, 13 de junho de 2011

A graça e minhas medalhas

Eu sei, faz tempo que não escrevo nada.

Na verdade, faz tempo que não encontrava motivação pra escrever, seja aqui ou no meu caderno de composições (que, por sinal, ressucitou também).

Mas ultimamente eu tenho me deparado com uma das principais experiências da minha vida cristã: a Graça. "Cristo veio ao mundo para reconciliar o homem com Deus e restaurar seu relacionamento com Ele mediante morte, e morte de cruz. E tudo isso nos foi dado sem que fizessemos nada. Não há merecimento nenhum, ou honra alguma a ser dada a nós. O mérito e a iniciativa são divinas, pela graça." Essa mensagem é basilar, é o primordial para se entender o Evangelho.


Mesmo sabendo disso, o que eu quero dizer é que ela é algo que um dia todo o homem precisa experimentar: a graça em seu coração, para além da compreensão simplesmente racional. Não que compreender isso não seja suficiente, mas a experiência de se ver como pecador é igualmente necessária.

E foi essa experiência que me fez chegar até aqui. Ver, na minha vida, que de fato não há justiça própria nenhuma, deparar-me com a verdade imunda da minha natureza, que sempre esteve ali, mas eu preferia deixar "debaixo do tapete". E a gente vai levando... Vai vivendo dia após dia numa perigosa mania de achar que esta tudo bem, que somos bons.

Mas, de fato, não há nada escondido que não venha a ser revelado, conforme vemos em Efésios 5:13


"Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas;
porque tudo que se manifesta é luz"

E, graças a Deus, eu pude me deparar com essa realidade, a que Paulo também se refere em Romanos 7. Desventurado homem que sou! Quem me livrará da minha natureza inclinada à distância de Deus? (adaptação minha).

E eis que me deparo em Hebreus 4:15-16 com aquilo que foi o refresco da minha alma.


"Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, a nossa semelhança, mas
sem pecado.
Acheguemo-nos, portanto, confiadamente,
junto ao trono da graça, afim de recebermos misericórdia e acharmos graça para
socorro em ocasião oportuna"
Que constatação maravilhosa! Cristo me entende, sabe das minhas fraquezas (ou, como diria Davi, no salmo 103, conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó). Eu precisava ter essa experiência, e estou tendo. Precisava entender a graça mais do que com minha compreensão racional. Precisava me ver como pecador. Precisava enxergar a minha verdade como homem, para entender a transformação que a Verdade trás.

"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." Tomo a liberdade de dizer que a verdade que temos que conhecer é composta de duas faces. A primeira é a nossa verdade, a nossa condição de seres humanos falhos. A segunda é a verdade de que Cristo veio ao mundo para mim, homem falho, e morreu pelos meus pecados. Essa verdade, completa, complexa, é que liberta. E posso dizer, com alegria, que fui liberto de mim, que não ostento nenhuma medalha de auto-justiça, que mesmo as que tenho não tem mais valor algum.

Porque a única medalha que pode honrar um homem é aquela conquistada no calvário, a preço de sangue.

Com amor,

Diego

3 perspectiva(s):

JonatasCD disse...

também tenho meditado (mais q pensar, ne) na Graça.. maravilhosa Graça, Graça de Deus e sem par!

mas cara...
"Porque a única medalha que pode honrar um homem é aquela conquistada no calvário, a preço de sangue."
que frase linda, cara!!

"tamo junto"

Diego C. Marins disse...

É, cara...

Estive pensando nisso: a graça é a única honra que temos enquanto homem. E meditar nisso é uma maravilha, não é?!

Diego

Helton disse...

Talvez a Graça seja um "evangelho maltrapilho"...

Assim, como a única coisa que temos de verdade é o nosso nome, por outro lado, a graça de Deus é o complemento que supre qualquer outra necessidade. E, como você disse, meditar nisso é uma maravilha e uma honra. A Graça é muito mais ampla do que imaginamos :)